O Projeto de Extensão Ir e Ver: Turismo Pedagógico, que faz parte do Núcleo de Pesquisas em Turismo, Território e Educação, grupo de pesquisa e extensão vinculado ao DTUR, acaba de ser premiado na categoria Experiência Pedagógica no Ensino Fundamental da primeira edição do Prêmio Paulo Freire, honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) a partir de 2019.

O trabalho que o Ir e Ver promove e que foi premiado é composto de atividades que levam moradores a espaços turísticos importantes da cidade de Teresópolis para que os percebam não só como espaços turísticos, mas também como espaços de lazer e de aprendizagem. A iniciativa se insere neste contexto na medida em que promove o encontro de cidadãos em formação – estudantes da educação básica – com o principal parque natural do seu município – o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) – visitado por milhares de pessoas do Brasil e do mundo todos os anos, mas pouco frequentado por moradores de Teresópolis. Este encontro não serve apenas para mostrar aos estudantes teresopolitanos um importante espaço turístico de sua cidade, mas também para que eles percebam este espaço como seu, como um espaço de imprescindível preservação, assim como um espaço de educação colaborativa.

Para viabilizar o projeto, o Ir e Ver realiza, em parceria com a Versátile Turismo e Consultoria (empresa júnior da Uerj), com o Projeto de Extensão Trilhas Sensoriais e com a Prefeitura Municipal de Teresópolis, aulas-passeio no Parnaso com estudantes do Ensino Fundamental de escolas públicas e privadas de Teresópolis. As aulas-passeio contaram com material didático produzido pelo Nupette, atividades sensoriais e explicações sobre o parque, sua fauna, flora e importância para a região.

É importante ressaltar que não se trata apenas de levar os estudantes ao parque, mas de uma atividade pedagógica organizada, com escolha de temas transdisciplinares a serem trabalhados antes, durante e após a aula-passeio, incluindo curso de extensão em Turismo Pedagógico para professores e gestores das escolas participantes.

A professora Marcela do Nascimento Padilha, coordenadora do Nupette, se manifestou sobre o feito alcançado pelo trabalho:

Temos visto diversos ataques infundados e até mesmo irresponsáveis ao grande patrono da Educação Brasileira. A criação, pela Alerj, de um prêmio com o nome de Paulo Freire neste momento é extremamente significativo e vencê-lo é motivo de grande alegria. Este prêmio mostra que os profissionais da educação pública resistem à estrutura precária das escolas, salários baixos, ataques de parte do poder público, críticas infundadas de uma parte da sociedade – sobretudo quando fazemos greve para garantir melhores condições de educação para seus filhos – , a um sistema de ensino enferrujado que lhes dá mais trabalho (de domingo a sábado) sem nenhuma garantia de melhoria etc.; resistem apresentando trabalhos inovadores e de grande relevância para a sociedade. Tenho muito orgulho dos professores!